Jérémy Pouivet's profile

Videoteca Bodyspace

#203 Tim Bernardes
"Não"

Era manifestamente impossível resistir ao chamamento. Aproveitando a sua vinda ao Musicbox, em Lisboa, para um concerto com a sua banda, O Terno, convocamos o brasileiro Tim Bernardes a mostrar-nos uma das canções do seu glorioso disco de estreia a solo, Recomeçar, editado há coisa de meses. Era a altura certo e o momento certo - e não somos conhecidos por desperdiçar oportunidades. Não fosse este seu registo um dos álbuns mais impressionantes que viram a luz este ano em território brasileiro. E o resto difícil de colocar em palavras, é aquilo que se pode ver no vídeo: Tim Bernardes interpretando uma das mais belas canções do seu disco debutante com o som do Tejo lá ao fundo. 
Como se não existisse mais nada no mundo para além daquele momento, aqui eternizado.
#199 Daniel Martin Moore
"When You Start Talking" & "Turned Over to Dreams"
Daniel Martin Moore é um dos segredos mais bem guardados da música folk norte-americana. Tanto nos seus trabalhos a solo publicados até aos dias de hoje, como nas suas colaborações sublimes com Ben Sollee (Dear Companion) e Joan Shelley (Farthest Field), Moore tem-se revelado como um dos mais enigmáticos escritores de canções dos tempos mais recentes. No momento da sua estreia em Portugal, num concerto com o selo Bodyspace no Café au Lait, marcamos encontro com Danel Martin Moore na cidade do Porto ao pé de um certo casario com vistas para o Rio Douro, num dia bonito de luz cheia e azul completo. A vizinhança agradeceu a invasão, ofereceu água e toda a simpatia do mundo. E depois as canções, que foram duas, com uma interpretação que faz total justiça à fama de Daniel Martin Moore.
#193 Nadine Khouri
"Catapult"
O concerto, manifestamente celebrado, tinha acontecido na noite anterior. Depois há os discos, arrumar as trouxas, beber uns copos e dormir algumas – poucas - horas. No dia seguinte havia mais uma viagem até ao próximo concertos. Mas nós insistimos, e antes desse arranque para a cidade seguinte, tratamos do nosso assunto. O trabalho da libanesa Nadine Khouri, a viver actualmente em Londres, tem vindo a criar fascínio e admiração desde os seus primeiríssimos passos. Algo muito fácil de entender ouvindo e vendo aquilo que se segue. O seu disco de estreia, The Salted Air, produzido pelo inevitável John Parish, está carregado de bons motivos para celebrar o talento de Nadine Khouri sem mais demoras.
 E “Catapult”, o tema que fecha esse disco, é apenas um desses motivos.

#192 Junior Mackenzie
"Much more than we need"
Tem nome de cantor norte-americano mas acontece que é nosso vizinho, do país aqui ao lado. Nuestro Hermano, como se diz por aí quando o tema não é centrais nucleares ou certas localidades de fronteira. Mas o nosso encontro com o músico espanhol não teve nada a ver com política, naturalmente. Mas sim música, claro. E quando nos encontramos com Junior Mackenzie, naquela que foi a sua estreia na cidade do Porto, o cantautor quis oferecer-nos uma versão adaptada de "Much more than we need", um dos temas do seu novo disco Files Of Life, ainda sem data de lançamento à vista. Sim, isto é uma estreia. Ali ao pé do Maus Hábitos, onde na noite anterior actuou na primeira parte do concerto da libanesa Nadine Khouri. Senhoras e senhores, convosco, Junior Mackenzie.
#191 JFDR
"My Work"
A paisagem era demasiado bonita para se desperdiçar assim sem mais nem menos. Especialmente porque alguns dias depois, sem apelo nem agravo, chegaria um tractor para dar lugar a outras colheitas. Aproveitando a passagem por Portugal de Jófríður Ákadóttir, que se encontrava em Portugal para três concertos com as Pascal Pinon, não resistimos a lançar o convite para ter uma vez mais o seu projecto a solo – JFDR de seu nome - na Videoteca Bodyspace. E assim foi. Talvez inspirada pela beleza do local e do momento, a islandesa quis oferecer-nos uma canção absolutamente inédita: “My Work”, em toda a sua melodia circular e beleza, é uma das mais belas criações de Jófríður Ákadóttir até à data. E a estreia não poderia ter tido um enquadramento mais certeiro.

#179 Nuno Prata
"Simplesmente é isso" & "Vai andando sobre as águas"
Não foi à toa que decidimos marcar encontro com o ex-Ornatos Violeta Nuno Prata na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Não foi, definitivamente. Afinal de contas, foi lá que o músico portuense existiu como aluno em dois períodos distintos da sua vida. Então, e numa altura em que se celebra o 10.º aniversário da edição do seu primeiro disco a solo, invadimos a sua antiga sala de escultura para ver em que estado estão os moldes das suas canções. Duas delas, aliás. "Simplesmente é isso" e "Vai andando sobre as águas", ambas retiradas do seu terceiro disco, de título homónimo, editado em Novembro de 2014. De repente, estamos todos naquele lugar, naquele momento que é altamente simbólico. Se todos os dias fossem estes/outros, não seria nada mau.

#175 Old Jerusalem
"A rose is a rose is a rose"
Uma rosa é uma rosa é uma rosa. Não é gaguez, prometemos, é mesmo o título do single do regressado Old Jerusalem. Tal como o título parece sugerir, este é uma espécie de renascimento na carreira de Old Jerusalem. Depois do disco homónimo editado em 2011, Francisco Silva edita agora aquele que é provavelmente o disco mais ambicioso de todos os que lançou até agora. Num dia mais do que chuvoso, encontramo-nos com Francisco Silva e Miguel Ramos (NACO, Torto, entre outros) no conforto de uma sala numa casa situada no centro da cidade do Porto e, depois de farejarmos os cantos da dita casa, assistimos à recriação de "A rose is a rose is a rose", a canção que é igualmente o nome do mais recente disco de Old Jerusalem.

#170 Roger Plexico & Ace
"Bem a estar bem"
Não há muito tempo atrás, com a devida licença, entramos no covil de Roger Plexico e por lá encontramos também Ace (dos Mind da Gap) com intenções de registar no espaço e no tempo o momento em que ambos decidiram juntar esforços para criar um disco. Roger Plexico apresenta-se como uma figura misteriosa. Diz-se que não existem muitas informações acerca da sua biografia, da sua nacionalidade ou idade. O que sabemos é que veicula a sua música através de SlimCutz & Taseh e que o hip-hop é o seu reino. Sabemos que viajou pelo mundo inteiro em procura de referências e decidiu aterrar na cidade do Porto para nos contar a sua história. E foi com esse mote que nós aterramos no seu habitat de criação para uma muito inspirada entrega de “Bem a estar bem”.

#169 Filho da Mãe
"Marcha de Pedra" & "Madagáscar"
Depois de um bom almoço na Taberna Santo António tudo parece funcionar melhor. Como se tudo a seguir se tornasse de repente mais fácil. Ou pelo menos mais claro. Foi ali para os lados das Virtudes, no Porto, que tudo aconteceu. Devagar, devagarinho, porque o dia era domingo e o movimento nestas tardes quer-se lento e demorado. Com as mãos de Rui Carvalho é outra coisa, porque as mãos de Rui Carvalho são outra coisa qualquer. Com novo disco debaixo do braço, Filho da Mãe quis oferecer-nos de mão beijada dois temas em estreia absoluta, "Marcha de Pedra" e “Madagáscar”. Com a luz que o momento merecia, tiramos o retrato a Filho da Mãe no momento em que se metamorfoseia noutra coisa qualquer. Mergulho, o seu novo disco, parece significar uma nova vida para o guitarrista. Brindemos a isso.

#166 Benjamim
"O Sangue" / "Os Teus Passos"

Na primeira vez que marcamos encontro com Luís Nunes o músico respondia ainda quando chamado de Walter Benjamin. Muita coisa mudou desde esse momento. Walter Benjamin é agora - e ironicamente - Benjamim. E quase tudo mudou, sublinhamos. Mudou o nome, claro, mas mudou também a língua. E o ambiente sonoro e temático. Até o país mudou desde então. Mudou tudo menos o local de encontro com Luís Nunes: o Maus Hábitos, no Porto, onde o músico deu o seu último concerto de 2015. Foi mesmo aí que, num dos camarins do espaço portuense, pedimos a Benjamim duas das canções do seu disco de estreia enquanto tal, o muito celebrado Auto Rádio. São elas "O Sangue" e "Os Teus Passos", ambas apresentadas com aquele intimismo que já reconhecem.

#164 Castello Branco
"Meu Reino" & "Crer-sendo" 
Nas primeiras horas da manhã daquele domingo instalou-se um nevoeiro denso ali para os lados do Douro, entre a Régua e o Pinhão, um dos pedaços mais bonitos deste nosso Portugal. Pouco a pouco, o nevoeiro foi dando lugar a uma luz cinzenta, quase ameaçadora, mas sobretudo indutora de uma certa tranquilidade. Foi com esse cenário que o brasileiro Castello Branco quis oferecer-nos duas canções: uma inédita, tal como aconteceu quando o filmamos há muitos episódios atrás no Rio de Janeiro, e outra do seu disco de estreia, Serviço, que não demorou a colocar o seu nome no centro de todas as atenções (primeiro no Brasil e agora por cá - e um pouco por todo lado). Passado e futuro num só episódio.
Com uma ideia essencial em mente: a beleza é fundamental.

#162 Coelho Radioactivo
"Falamos do escuro"
O cenário é uma sala vazia. Mas não é, evidentemente, uma sala vazia qualquer. É uma das salas do Edifício AXA, em plena Avenida dos Aliados, no Porto, um projecto que terminou recentemente a sua missão na cidade mas cujas marcas permanecerão certamente visíveis durante muito tempo. E foi mesmo aí que convencemos Coelho Radioactivo, o alterego de João Sousa, a mostrar-nos uma das canções, "Falamos do escuro". Já não é segredo para ninguém: apesar da sua tenra idade, Coelho Radioactivo entrou sorrateiramente no plano dos mais interessantes escritores de canções da actualidade em Portugal, muito graças a Canções Mortas, um disco editado em Dezembro de 2014.
Silêncio que se vai cantar o fardo.

#161 LG Lopes
"Quiléia"
Numa certa manhã luminosa de Novembro, e apesar do frio que se fazia sentir, fomos dar um passeio com o brasileiro LG Lopes ali para os lados da Ribeira do Porto. Aí, decidimos subir o Elevador da Lada para ver as melhor as vistas da cidade. E foi mesmo aí que o músico dos Graveola e o Lixo Polifônico nos ofereceu uma canção, "Quiléia" de seu nome, composta a meias com Paulo César Anjinho. "Meu lamento é vento / leve nuvem de algodão no ar / corre nas águas do rio / vai da nascente à cachoeira", diz LG Lopes enquanto olha para o Rio Douro lá em baixo. Coincidência ou pura intenção? Não sabemos. Apenas o brasileiro o poderá confirmar. Ou isso ou fica a dúvida no ar (talvez seja ainda melhor).

#160 Dom La Nena
"Ela"
A meteorologia não prometia grandes abertas naquele dia mas mesmo assim decidimos arriscar. Levamos a brasileira Dom La Nena até ao Parque João de Deus, ali ao pé da Câmara Municipal de Espinho, e esperamos que o céu se aguentasse pelo menos até que "Ela", uma das canções do seu último disco, fosse registada em toda a sua glória. E a verdade é que, num acto de quase magia, aguentou. Dominique Pinto e a sua voz, assim como o seu violoncelo e até uma pandeireta, encontraram naquele contexto um cenário verdadeiramente idílico. E o resultado é um momento perfeito de comunhão entre a natureza e a música.

#158 Mbye Ebrima
"Kaira"
Mbye Ebrima é um músico nascido na Gâmbia que tem na kora a sua forma de comunicar com o mundo, de dizer a todos o que de mal vai nele e de contar a história do seu país e da sua música. Actualmente a viver em Lisboa, subiu ao Porto para um concerto no Espaço Compasso e foi mesmo aí, horas antes de actuar para uma sala bem cheia, que o músico nos ofereceu o tema "Kaira", que significa paz. Para além da técnica extraordinária, a música que faz com apenas quatro dedos impressiona pela beleza, humanismo e simplicidade. Mbye Ebrima é um músico extraordinário e um homem com uma mensagem: deve haver outra forma de construir mundo, é preciso inventar uma forma de entendimento.
Ponham ouvidos no que ele tem para "dizer".




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A Videoteca Bodyspace é um convite para que artistas e bandas possam, por um dia, por uma tarde, por breve momentos, sair do seu habitat natural, Read More

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